Evocações particulares

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Nesse item, Kardec aborda algumas evocações particulares com a finalidade de promover uma análise com ganho geral.

Sobre isso, aliás, fico me questionando sobre até que ponto devemos realmente desaconselhar que as pessoas busquem tais evocações para obterem alguma consolação a respeito de seus familiares falecidos ou mesmo para buscarem algum aconselhamento pessoal, dado que em minha própria família isso tantas vezes aconteceu de forma espontânea. Não estaria eu me contradizendo? Será que um médium que se preste a tal fim, de forma séria e desinteressada, não cumpre também um papel importante?

Entendemos, porém, que aqui, como em tudo, cabe a grande pergunta: qual a utilidade e a finalidade? Passados mais de 160 anos do “início” do Espiritismo, nós já compreendemos muito bem como é a vida após a morte, a continuidade das nossas imperfeições e virtudes, a necessidade de o encarnado seguir em frente sua vida, sem ficar lamentando sobre os entes desencarnados e, assim, não vemos a necessidade ir até um médium buscar psicografia de cada ente desencarnado. Precisamos realmente avançar sobre esse ponto, buscando cultivar as comunicações com os Espíritos com propósitos mais profundos, o que não exclui, a meu ver, a possibilidade de buscar apoio e, quem sabe, um aconselhamento sobre assuntos sérios e importantes, como o próprio Kardec fazia.

No primeiro caso abordado, fica clara uma comunicação bastante consoladora, pela filha falecida, mas também a verificação de três fatos:

  • Os Espíritos ficam felizes em poder nos auxiliar naquilo que é permitido;
  • Os Espíritos não podem nos informar sobre tudo. Precisamos nos esforçar por seguir com nossas pernas e, assim, termos nosso próprio mérito, que nos estrutura;
  • Suportar as provas com resignação e confiança em Deus, mas de forma ativa, nos permite um grande aproveitamento e, assim, uma grande felicidade no porvir (e mesmo durante a prova);

No segundo caso, “uma conversão”, vemos um caso notório de um pai e um filho que compartilhavam de um pensamento materialista ou, por assim dizer, negacionista da espiritualidade e de Deus. Acontece que, após a morte do pai, o filho teve contato com O Livro dos Espíritos e, tendo o lido, buscou um médium, com intensa curiosidade. Ele queria obter uma comunicação de seu pai, 4 meses após sua morte, a fim de acabar com suas dúvidas (nota-se que o Livro Dos Espíritos causou grande impacto nele).

O pai lhe traz informações pessoais, que confirmam sua legitimidade. Na conversa que se trava, mostra para o filho que a vida realmente continua após o túmulo. Destaco, porém, um trecho que nos chamou a atenção:

15. — Seremos punidos ou recompensados de acordo com nossos atos?

— Se você fizer o mal, sofrerá.

16. — Serei recompensado se fizer o bem?

— Avançará em seu caminho.

Importante relembrar que Kardec buscava a concordância universal e que sempre fazia anotações e considerações a respeito das opiniões contrárias àquilo que já estava estabelecido pelo ensinamento dos Espíritos. 

O trecho em questão denota que faz parte das idéias de Kardec, posto que está expressa pelo pensamento do Espírito comunicante, a compreensão de que ninguém é punido ou recompensado externamente. “Se você fizer o mal, sofrerá”, denota esse entendimento profundo da Doutrina Espírita: o sofrimento nasce como consequência direta de nossas ações, ao passo que a recompensa pelo bom proceder é o avanço em nossos caminhos. Não há pagamento de dívidas, não há julgamentos, punições ou mesmo recompensas externas. 

Isto é mais um ponto que corrobora com a afirmação (factual) de que o item “Código Penal da Vida Futura”, presente no capítulo VII a partir da 4a edição do O Céu e O Inferno, sabidamente adulterada, está em total desacordo com o pensamento do codificador, sobretudo no que tange ao apresentado no item 9º:

Toda falta cometida, todo mal realizado, é uma dívida contraída que deve ser paga; se não o for numa existência, sê-lo-á na seguinte ou nas seguintes, porque todas as existências são solidárias umas das outras. Aquele que a quita na existência presente não terá de pagar uma segunda vez.

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