Lição de Caligrafia

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Nesse artigo, Kardec apresenta o seguinte caso: tendo o médium Sr. D. apresentado um fenômeno muito interessante – o de escrever com uma caligrafia muito melhor quando inspirado pelos Espíritos – um dos membros da Sociedade, Dr. V. , teve a ideia de evocar o Espírito de um calígrafo, Bertrand, para fins de observação.

Segundo O livro dos Médiuns,

270. Quando se deseja comunicar com determinado Espírito, é de toda necessidade evocá-lo. (item 203.) Se ele pode vir, a resposta é geralmente: Sim, ou Estou aqui, ou, ainda: Que quereis de mim? Às vezes, entra diretamente em matéria, respondendo de antemão às perguntas que se lhe queria dirigir.

271. Surpreende, não raro, a prontidão com que um Espírito evocado se apresenta, mesmo da primeira vez. Dir-se-ia que estava prevenido. É, com efeito, o que se dá, quando com a sua evocação se preocupa de antemão aquele que o evoca. Essa preocupação é uma espécie de evocação antecipada e, como temos sempre conosco os nossos Espíritos familiares, que se identificam com o nosso pensamento, eles preparam o caminho de tal sorte que, se nenhum obstáculo surge, o Espírito que desejamos chamar já se acha presente ao ser evocado.

Mas será que há perigo em Evocar Espiritos?

278. Uma questão importante se apresenta aqui, a de saber se há ou não inconveniente em evocar maus Espíritos.

Kardec, OLM

“Isso depende do fim que se tenha em vista e do ascendente que se possa exercer sobre eles. O inconveniente é nulo, quando são chamados com um fim sério, qual o de os instruir e melhorar; é, ao contrário, muito grande, quando chamados por mera curiosidade ou por divertimento, ou, ainda, quando quem os chama se põe na dependência deles, pedindo-lhes um serviço qualquer. Os bons Espíritos, nesse caso, podem muito bem dar-lhes o poder de fazerem o que se lhes pede, o que não exclui seja severamente punido mais tarde o temerário que ousou solicitar-lhe o auxílio e supô-los mais poderosos do que Deus. Será em vão que prometa a si mesmo, quem assim proceda, fazer dali em diante bom uso do auxílio pedido e despedir o servidor, uma vez prestado o serviço. Esse mesmo serviço que se solicitou, por mínimo que seja, constitui um verdadeiro pacto firmado com o mau Espírito e este não larga facilmente a sua presa.” (Veja-se o item 212.).

279. Ninguém exerce ascendentes sobre os Espíritos inferiores, senão pela superioridade moral. Os Espíritos perversos sentem que os homens de bem os dominam. Contra quem só lhes oponha a energia da vontade, espécie de força bruta, eles lutam e muitas vezes são os mais fortes. A alguém que procurava domar um Espírito rebelde, unicamente pela ação da sua vontade, respondeu àquele: Deixa-me em paz, com teus ares de matamouros, que não vales mais do que eu; dir-se-ia um ladrão a pregar moral a outro ladrão.

282. 11.ª. Haverá inconveniente em se evocarem Espíritos inferiores? E será de temer que, chamando-os, o evocador lhes fique sob o domínio? “Eles não dominam senão os que se deixam dominar. Aquele que é assistido por bons Espíritos nada tem que temer. Impõe-se aos Espíritos inferiores e não estes a ele. Isolados, os médiuns, sobretudo os que começam, devem abster-se de tais evocações. (item 278.)

Continuando com o artigo, onde o medium traz a comunicação:

3. ─ Sabe o principal objetivo que nos levou a pedir sua vinda? ─ Não, mas desejo sabê-lo.

OBSERVAÇÃO: O Espírito do Sr. Bertrand ainda se acha sob a influência da matéria, como seria de supor-se, dada a sua vida terrena. Sabe-se que tais Espíritos são menos aptos a ler o pensamento do que os já mais desmaterializados.

Daí em diante, o Espírito continua dando mais alguns detalhes sobre sua vida. Em linhas gerais, ele demonstrava um arrependimento por ter usado mal, ou ao menos não tão bem quanto podia, o seu tempo encarnado: 

9. ─ Qual foi o seu gênero de vida? ─ Procurava satisfazer às necessidades do corpo.

10. ─ Cuidava um pouco das coisas de Além-Túmulo? ─ Quase nada.

11. ─ Lamenta não pertencer mais a este mundo? ─ Lamento não haver bem empregado a minha existência.

12. ─ É mais feliz do que na Terra? ─ Não. Eu sofro pelo bem que deixei de fazer.

13. ─ Que pensa do futuro que lhe está reservado? ─ Penso que me é necessária toda a misericórdia de Deus.

14. ─ Quais as suas relações no mundo em que se encontra? ─ Relações lamentáveis e infelizes.

15. ─ Quando vem à Terra, há lugares que frequenta, de preferência a outros? ─ Procuro as almas que se condoem de minhas penas ou que oram por mim.

17. ─ Diz-se que em vida foi muito pouco tolerante. É verdade? ─ Eu era muito violento.

18. ─ Que pensa do objetivo de nossas reuniões? ─ Gostaria muito de tê-las conhecido em vida. Elas me teriam tornado melhor.

19. ─ Vê aí outros Espíritos? ─ Sim, mas me sinto muito confuso em sua presença.

20 ─ Rogamos a Deus que o tenha em sua santa misericórdia. Os sentimentos que acaba de externar devem permitir que ache graça diante dele. Não duvidamos que o ajudem em seu progresso.

OBSERVAÇÃO: Os ensinamentos fornecidos pelo Espírito do Sr. Bertrand são absolutamente exatos e concordes com o gênero de vida e o caráter que lhe conheciam. Apenas ao confessar sua inferioridade e seus erros, a linguagem é mais séria e mais elevada do que se poderia esperar. Mais uma vez temos a prova da penosa situação dos que na Terra são muito apegados à matéria. É assim que os próprios Espíritos inferiores por vezes nos dão, pelo exemplo, valiosas lições de moral.

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