Monólogos e Diálogos

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Psicografia recebida:

Socorro! Necessito de ajuda! As trevas me consomem. Tirei minha própria vida e, agora, sinto-me perseguido por aqueles que me acusam de pecador. Meu pescoço dói muito e minha mente não consegue sair daquela cena fatídica, quando saltei da banqueta, em meio ao jardim, com uma corda no pescoço. Sofro muito! Sinto agora muita falta de ar… Estou no fundo do abismo! Será que nada fará parar essa dor? Padeço no inferno. Ajuda, ajuda…

Ante a isso, os ouvintes logo associaram a fala do Espírito com a ideia do Vale dos Suicidas e saíram a contar, por todo canto, sobre essa terrível comunicação de um Espírito que veio confirmar esse triste destino para aqueles que tiram a própria vida. Os dirigentes do grupo colocaram o nome desse Espírito em preces, esperando que possam auxiliá-lo, de alguma forma.


A mesma comunicação, em outro grupo espírita, dá lugar ao que segue:

Tomamos a decisão de evocar esse Espírito, a fim de nos esclarecermos sobre seu estado e, quem sabe, auxiliá-lo em alguma compreensão. Utilizamos, para isso, o método de Kardec, baseados no conhecimento haurido na Doutrina Espírita.

Evocação:

P. Ao Espírito-guia do grupo: seria proveitoso evocar o Espírito de Dimas, que se comunicou conosco no dia tal?

R. Sim, ele poderá oferecer uma boa oportunidade de aprendizado, que há de ser salutar para ele também.

[Ao Espírito de Dimas]

P: Gostaríamos de entender um pouco melhor sua situação, se lhe for possível descrevê-la.

R: Sofro, sofro muito… O inferno está ao meu redor… Me falta o ar…

P: Poderia nos dizer o porque de estar nessa situação?

R: Sou castigado pelo pecado de me tirar a própria vida.

P: Diz sofrer dores, mas como pode, se já não tem o corpo?

R: Não sei dizer, apenas sei que sinto o sofrimento vir do fundo de minha alma.

P: Arrepende-se do que fez?

R: Muito, o tempo todo! É um sofrimento incessante… Meus filhos me acusam e deploram a tragédia que impus sobre eles.

P: Poderia explicar o porquê de ter se imposto esse final trágico?

R: Eu sofria em vida, sofria por ter traído a confiança dos meus. A vergonha me avassalava a mente e eu não mais podia conviver com isso.

P: E sentiu algum alívio após o ato?

R: Não, tudo aumentou, aumentou muito! As cenas vexatórias me perseguem, e agora este inferno que me dilacera sem cessar…

P: Acaso já refletiu o motivo de seu erro primeiro, esse que te causa motivos de vexame?

R: Não… Espera… Eu era muito impulsivo. Não soube controlar os ímpetos materiais e me lancei aos braços de outra… Destruí meu lar! Oh! Não quero mais falar sobre isso.

P: De sua posição consegue avaliar melhor nossos intuitos?

R: Um pouco. Seu Espírito-guia me auxilia. Percebo que não vocês não têm curiosidade vazia e que são benevolentes.

P: Talvez pense um pouco demais de nós. De qualquer forma, não é nosso intuito julgá-lo, pois temos nossos próprios erros a lamentar.

R: Sim, entendo isso. Sinto-me mais confortável.

P: Perguntávamos sobre sua reflexão sobre o erro que te persegue. Perdoe-nos por tocar ainda nesse ponto, mas você por acaso o fez por vontade, isto é, de caso pensado?

R: Não… Não exatamente. Eu era fraco. Não refleti e me deixei levar pelos prazeres da matéria. Oh!, que vergonha!

P: Não cometeu de caso pensado. Se tivesse mais controle e mais conhecimento, pensa que teria resistido a esse erro e, depois, ao erro fatídico?

R: Muito provavelmente, mas é difícil dizer do que não conquistei.

P: Queremos dizer que, no fundo, nos parece que você cometeu ambos os erros por ausência de maior conhecimento e progresso, e não por mal.

R: Sim. Minha última vida foi muito voltada ao aspecto material, que era minha única preocupação. Não me dediquei a qualquer desenvolvimento espiritual, nem muito menos conhecia esse tal Espiritismo do qual se ocupam… Eu não quis fazer mal, apenas fui ignorante.

P: Não pensa, portanto, que esse sofrimento seja criado por você mesmo, que se persegue por remorso.

R: Sim, é possível…

P: Você disse que se arrepende, não é?

R: Sim, eu gostaria de não ter tomado as atitudes que tomei, mas me faltaram as forças…

P: Temos certeza que, com a ajuda dos bons Espíritos, você poderá encontrar novas forças e uma nova compreensão para, no futuro, escolher uma nova vida, onde poderá se dedicar a trabalhar sobre aquilo que te levou ao erro. Deus não é vingativo, e a punição é simplesmente o reflexo de nossas próprias ações.

R: Começo a perceber algo novo. Esperança, talvez.

P: Vê alguma modificação em seu estado?

R: Ainda é muito cedo para dizer, mas sinto algo diferente. Com a ajuda do seu Espírito-guia, entendo um pouco melhor o que me falou.

P: Ficamos muito felizes em poder partilhar daquilo que nos reconforta e nos reconduz ao bem. Diga-nos apenas mais uma coisa: aquela imagem descrita no início, quando disse estar no fundo do abismo, no inferno… Você se referia a uma paisagem real?

R: Não em todo. Usei de linguagem figurada, embora a descrição do inferno, para mim, fosse muito autêntica para o que vivo. Percebo agora que é tudo efeito da minha situação moral.

P: Então não era uma situação material.

R: Seu Espírito-guia me auxilia. Não em tudo, isto é, não era uma situação material como a que vocês imaginam, mas, dado que o Espírito materializa o que pensa, através do Fluido Cósmico Universal, pode moldar realidades perturbadoras, enquanto acreditar nelas.

P: Não desejamos mais importuná-lo com nossas perguntas.

R: Longe disto. Me ajudaram muito e, quem sabe, possam ter aprendido um pouco com minha infeliz história. Orem por mim, pois meu caminho de correção apenas começou.

P: Estará em nossas preces. Reconheça em nós amigos sinceros que se encontram no mesmo caminho evolutivo, tentando, acertando e errando. O importante é continuar.


Prezado leitor: as duas situações são hipotéticas e foram apenas criadas para demonstrar as formas de agir de cada grupo, sendo a primeira de um grupo que se guia por aquilo que tem dito o Movimento Espírita, e a segunda de um grupo muito bem compenetrado do estudo da Doutrina Espírita, sobre as obras de Kardec.

Qual foi o grupo que fez o bem com mais profundidade? Onde houve uma situação de real aprendizado para ambos os lados? Será que o médium que serviu a essa comunicação terminou passando mal, como dizem, ou, pelo fato de estar servindo ao bem, terminou como todos os médiuns que Kardec utilizada — apenas, talvez, fatigado pelo exercício físico? Será que devemos tomar como regras, frases descontextualizadas ou ausentes de conhecimentos? Você já viu que Kardec conversava com os Espíritos como se estivesse falando com uma pessoa qualquer, sem cerimônias, sem rituais, sem orações rebuscadas, com palavras enfeitadas de um amor que nem sequer se compreende? Por que tratamos os Espíritos como se fôssemos mudos? Por que não conversamos com eles? Por que, enfim, não estudamos, quando estamos envolvidos numa ciência tão profunda como é o Espiritismo?

Aos estudos. O bem nos aguarda!

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