Diálogos de Além-Túmulo: da vingança à fraternidade

Através de um contato via TikTok, uma moça, residente em Portugal, pediu ajuda para seu caso. Dizia ela estar sofrendo com agitações em seu lar, com manifestações físicas, deixando-a atormentada. Sem colher maiores detalhes sobre o caso, resolvemos questionar ao Espírito Amigo, o Espírito que se apresentou como guia de nosso grupo, que nos recomendou o diálogo direto com o Espírito em questão:

Primeiro diálogo

1. Evocação

R: Aqui estou.

2. Olá amigo, seja muito bem-vindo entre nós. Nós primeiro gostaríamos de saber como podemos chamá-lo?

R: Vocês querem perguntar, então perguntem.

3. Tudo bem, nós vamos perguntar. Nós gostaríamos de entender qual é a sua motivação em estar ali e se é você que está provocando as manifestações físicas.

R: Provoquei sim.

4. Qual é o motivo?

R: A cobrança. Eu quero que ela se lembre do que ela fez.

5. O que ela te fez foi nesta vida presente, dela? Ou em outra encarnação?

R: Em uma outra.

6. Não queremos te julgar, não sabemos o que faríamos na sua posição. Gostaríamos de entender o que aconteceu.

R: Ela me maltratou. Ela sabia que eu tinha dificuldade. Mesmo assim, ela me maltratou.

7. Que posição vocês ocupavam? Em questão social, você era subalterno a ela?

R: Eu era filho. Ela nunca me tratou com amor.

8. Isso deve ter te provocado muita dificuldade durante a vida.

R: Muita surra. Muita humilhação.

9. Você se lembra se dessa encarnação anterior, você, como espírito, havia escolhido esse ambiente por algum motivo?

R: Era para termos uma vida equilibrada.

10. Você se lembra se você na vida anterior a essa vida, você já tinha conexão com ela?

R: Sim. Sempre tivemos problemas. Ela prometeu que dessa vez ela iria me amar. Eu sei que a situação não era boa, mas eu não tinha culpa nas escolhas que ela tinha feito. Eu só precisava nascer e a única responsabilidade dela era me amar, para que eu pudesse entender um pouco mais sobre o amor. Ela se omitiu. Se omitiu.. e só me trouxe sofrimento.

11. Tem outro espírito relacionado a essa história, agindo ali no local, não tem?

R: Tem.

12. Você sabe quem ele é?

R: Eu só sei que ele não é bom. Não.

13. Você não o conhece?

R: Não.

14. Por que você diz que ele não é bom?

R: Porque eu fujo dele.

15. Entendo. Será que ele tem boas intenções? E você não entendeu isso direito?

R: Eu não sei.

16. Eu quero que nos perdoe por qualquer pergunta mal direcionada. […] Você percebe que ela sofre hoje possivelmente por conta dessas escolhas que ela fez por essas tendências.

R: Eu percebo o sofrimento. Mas ela merece.

17. Ela sofre as consequências do que ela escolheu. Mas você se sente feliz estando ainda ao redor dela?

R: Eu só queria que ela me amasse. Mas se ela sofre de certa forma, eu sou feliz.

18. De que maneira você ficar fazendo essas demonstrações de manifestação na casa dela, você vai fazer ela sofrer? De que forma?

R: Não dando paz. Não dando sossego.

19. Existe uma grande diferença entre felicidade e alegria […] Você concorda com isso?

R: Não sei, acho que preciso pensar.

20. Essa realização está no princípio que o Espiritismo nos ensina […] Você consegue perceber esses espíritos?

R: É, eles estão aqui, sim. Dá pra ver. Eu tenho que pensar em tudo isso.

21. Esperamos que você se sinta bem entre nós […] quem sabe ajudando?

R: Acho que entendo um pouco do que você fala. Pode me chamar de Carlos.

22. Obrigado, Carlos. A intuição nunca nos falta, se eu falo bem, é por conta dos bons espíritos que estão conosco. Nunca se esqueça deles.

R: Eu vou pensar melhor em tudo o que você me falou.

23. E a gente espera que em próximas ocasiões possamos dialogar um pouco mais com você.

R: Espero que a gente possa se encontrar de novo, sim. Para poder conversar melhor.


Segundo diálogo

1. (Ao Espírito Amigo) Gostaria muito de saber, se for possível, gostaríamos de voltar a conversar com o Carlos, o espírito estava em participação ali com a M…

R: Carlos. Ele está aqui  presente.

2. Carlos, nosso amigo, queremos te receber de braços abertos novamente. E gostaríamos de saber como você está depois da nossa última conversa.

R: Um pouco mais esclarecido. Mas não estou cem por cento convencido.

4: Faz parte. O M… tentou chamá-lo no grupo dele. Você não quis ou você não pôde se comunicar lá?

R: Eu não quis.

5: Por qual motivo?

R: Eu ia escutar as mesmas coisas que vocês me falaram.

Observação: nesse diálogo, o Espírito ainda se expressava com desprezo e sarcasmo. Ainda assim, respondemos com bom-humor, fazendo-o sentir à vontade e mais próximo a nós.

6: Entendi, tudo bem. Nós entendemos essa  dificuldade. A gente mesmo, no dia a dia, é muito difícil de se convencer de que realmente a gente precisa perdoar uma determinada pessoa, deixar passar uma determinada coisa, né? Você gostaria de falar mais alguma coisa a respeito do que se passa ali, como a M…?

R: Se ela quer realmente o meu perdão, ela que ore por mim.

7: Ela disse estar orando, você percebeu?

R: Percebi.

8: Você ainda guarda um rancor?

R: É difícil esquecer certas coisas.

9: Justamente sobre isso que você está falando agora, de esquecer certas coisas. Como foi você na última vez? Você estava aqui, você falou que você precisava nascer e a única responsabilidade dela era te amar. Como foi essa combinação que vocês fizeram antes de nascer para poder acontecer isso?

R: Nós estamos vivendo algumas vidas juntos há algum tempo. Tivemos e fizemos coisas juntos que nos comprometeram. Por isso, nessa última vez, após o conhecimento que tivemos no mundo espiritual e a orientação que recebemos, combinamos que seria diferente. Mas ela se perdeu. Tá certo, eles me disseram que eu também não colaborei.

Observação: essa resposta corrobora o fato de muitas vezes (mas não sempre) os Espíritos passam várias vidas envolvidos uns com os outros. Algumas vezes, até mesmo numa espécie de círculo sem fim, transformado em perseguição, no qual, muitas vezes, nem sequer se lembram mais o que um fez para o outro e sua própria parcela de culpa nas ações. Concentram-se nos hábitos de vingança, julgando apenas o outro e se vitimizando, sem considerar seus próprios atos. Isso fica evidente em “Tá certo, eles me disseram que eu também não colaborei”, onde “eles” é uma referência aos bons Espíritos que o ajudam nesse processo.

10: Era isso que eu ia te perguntar: você se lembra se alguma coisa anterior fez ela despertar uma raiva de você, algo que você possa ter feito?

R: Eu acredito que sim. Não fui um bom companheiro para ela em uma encarnação anterior.

Observação: ajudar o Espírito a perceber os bons Espíritos ao redor, o bem, fazê-lo se sentir verdadeiramente acolhido e ajudá-lo a lembrar o que ele mesmo possa ter feito ajuda-o a sair desse estado de perseguição, dando lugar ao remorso e ao arrependimento.

11: Entendo, meu amigo. Vocês parece que estão em uma em uma relação de amor e ódio do ponto de vista carnal há muito tempo, né? E eu diria que vocês estão a um passo de transformar isso na verdadeira Felicidade.

R: Pode ser…

12: Você começa a perceber isso?

R: Tenho tentado deixar ela em paz. Tem como me esforçar um pouco mais, até porque esses espíritos que estão aqui me dizem o tempo todo que eu preciso melhorar. Eles já me mostraram as possibilidades que eu teria. Seria  diferente, se minhas atitudes fossem outras. Então eu busco não  ter aquele sentimento de vingança que ainda cresce e insiste dentro de mim.

Observação: essa é a luta de todos nós. Muitas vezes, nos sentimos desmerecidos por termos errado, sem entender que o que vale é o esforço, em o qual não chegaremos à relativa perfeição.

13: Essa semana, quando nós o evocamos e você não quis vir, fizemos uma prece por você. O que você sentiu durante esse momento de prece que fizemos em coletividade aqui? Em algum momento dessa prece você pensou: “sou mais forte e renunciarei a essa vingança”?

R: Eu recebi sua prece. Percebi o amor e a compaixão que vocês têm. Através dessa prece, me senti um pouco mais confortável. Ainda preciso de um pouco de tempo para assimilar.

14: Carlos, você sabia que você se mostrou um espírito um tanto esclarecido, sabia que você poderia ajudar muitos outros espíritos também?

R: É o que todos me dizem aqui.

15. Quer saber que essa capacidade – porque você se expressa muito bem… Você devia tentar ajudar alguém, tenta ajudar algum outro espírito. Você já tentou?

C: Não.

16. Não? Então tenta. E depois a gente vai conversar com você. Você vai dizer o que que você sentiu depois que você ajudou. Ele está bom? Você promete que você vem nos dizer?

R: Eu volto, eu volto.

17. Carlos, eu gostaria de fazer uma pergunta e peço ajuda do espírito amigo nessa resposta. Você disse que antes que os espíritos já falavam com você, já te mostravam certas coisas. Mesmo antes da nossa conversa, qual é a diferença em conversar conosco? Em que isso te ajuda mais, possivelmente, do que os Espíritos ao seu redor?

R:  A diferença é que vocês estão no corpo físico. E vocês vivenciam as mesmas dificuldades que eu. A desistência da vingança… Eles têm um entendimento diferente. Na verdade, me sinto mais próximo a vocês justamente por isso. Então, quando vocês falam vocês estão entendendo a minha dificuldade, porque vocês também têm a mesma dificuldade.

Observação: diria Kardec: “Espíritos mais burgueses (que se nos relevem esta expressão) nos tornam mais palpáveis as circunstâncias da nova existência em que se encontram. Neles, a ligação entre a vida corpórea e a vida espírita é mais íntima, compreendemo-la melhor, porque ela nos toca mais de perto. Aprendendo, pelo que eles nos dizem, em que se tornaram, o que pensam e o que experimentam os homens de todas as condições e de todos os caracteres, assim os de bem como os viciosos, os grandes e os pequenos, os ditosos e os desgraçados do século, numa palavra: os que viveram entre nós, os que vimos e conhecemos, os de quem sabemos a vida real, as virtudes e os erros, bem lhes compreendemos as alegrias e os sofrimentos, a umas e outros nos associamos e destes e daquelas tiramos um ensinamento moral, tanto mais proveitoso, quanto mais estreitas forem as nossas relações com eles. Mais facilmente nos pomos no lugar daquele que foi nosso igual, do que no de outro que apenas divisamos através da miragem de uma glória celestial. Os Espíritos vulgares nos mostram a aplicação prática das grandes e sublimes verdades, cuja teoria os Espíritos superiores nos ministram.” (O Livro dos Médiuns, item 281). Como vemos, o mesmo se dá com a relação deles para conosco. O aprendizado é mútuo.

18: Entendemos.

R: E quando, quando vocês se esforçam, vocês percebem a dificuldade que eu tenho?

19: Entendemos, obrigado pela resposta.

Observação: fraternidade, amigos, eis a palavra. Veja que em momento algum tratamos esse Espírito como algo a ser expurgado, mas como alguém que se deixou levar por falsas ideias, do mesmo jeito que muitas vezes nós mesmos fazemos. Notem que o Espírito busca entendimento, e é por isso que, mais do que palavras, o exemplo deve falar mais alto.

20: Entendemos. E Gostaria de perguntar: Você tem algo a dizer diretamente a M… (a moça perseguida), se for permitido?

R: Eu aguardo a minha modificação. Sinto que isso é possível. Mas não sei ainda quanto tempo vou demorar para entender melhor as coisas que estão acontecendo.

21: Aos pouquinhos, as coisas vão clareando um pouquinho de cada vez.

R: Digam à M… para ela não desistir. Eu também não vou desistir de melhorar aqui.

22: Agradecemos muito sua comunicação e ficamos muito felizes com você.

(Ao Espírito Amigo): Gostaríamos de perguntar ao espírito amigo se seria possível, por mais um pouquinho, falar com o espírito da avó da M…

R: Peço que no momento vocês tenham um descanso para médium. Ela sentiu A tensão do Carlos.

Observação: a médium terminou a comunicação um tanto cansada, mas, como tem nos asseverado, não é nada que persista para depois. As comoções morais do Espírito refletem momentaneamente no seu corpo, mas, tendo consciência de que são questões dele, e não dela, tais comoções não perduram em sua constituição física.


Terceiro Diálogo

1: Nós gostaríamos de receber o Carlos, Espírito amigo  que há algum tempo se une aos nossos propósitos.

R: Eu estou aqui. 

2: Tudo bem, Carlos, como você está? 

R: Melhor. Tive tempo de refletir e pensar a respeito das coisas que vocês falaram. Tenho estado ocupado com os espíritos de luz que são superiores a mim, aprendendo sobre o perdão e isso está me fazendo bem. 

3: A gente fica muito feliz por você, de verdade, e é interessante notar que é perceptível na médium. Você percebe isso também? 

R: Eu percebo que ela está mais leve. Ela não está segurando como fazia outra vez. Ela não contrai o músculo como ela costumava fazer antes.

Observação: a médium estava mais relaxada e não demonstrava mais, nem na fala, nem na expressão, o sarcasmo anteriormente presente. As respostas do Espírito também se tornaram mais completas e profundas, como veremos.

4: Nós gostaríamos de fazer algumas perguntas que a gente tinha para fazer antes de ir até um assunto importante. Tudo bem? 

R: Tudo bem.

5: Obrigada. Carlos, você pode descrever como você fazia as manifestações físicas? 

R: Essa é uma pergunta difícil. Ainda não tenho esse entendimento. Mas por aquilo que percebi, era a minha vontade. Não sei se estava ligada, se essa vontade estava ligada à raiva que eu tinha dentro de mim. Se tinha outra maneira que eu não percebia. Mas era uma união de coisas. Uma união de… Eu vou dizer forças que eu tinha. Os pensamentos ali da M…. Tudo isso se juntava. 

6: Entendo. Uma pergunta. Você falou em raiva. Nós entendemos que a raiva, a tristeza são emoções do corpo. Como você sentia essa raiva? 

R: Era uma compressão. Algo que parecia que me deixava preso. Como se estivesse me apertando. 

7: Você sentia que isso não te fazia bem? 

R: Isso me fazia querer explodir.

8: O que você sentia depois que conseguia movimentar tudo e fazer a manifestação? 

R: Quase uma libertação. Mas, depois, voltava tudo de novo. 

9: Você começou a fazer lá ou fez em outros lugares antes? 

R: Somente lá.

10: Desde a sua última encarnação, desde que você deixou o corpo você ficou ligado a ela? À M…? Ou você esteve em outros lugares ou em outros ambientes? 

R: Eu estive no mundo espiritual à procura dela. Mas por algum motivo eu não a encontrava. 

11: Entendi. Você percebe que se essas manifestações físicas dependiam da presença de alguém? De um médium? 

R: Dependiam sim da M… Era dela que eu colhia o que eu precisava.

Observação: se isso estiver correto, então M… é médium de efeitos físicos e não sabe.

12: Entendemos. Se você quisesse fazer isso para machucar alguém, mesmo ela… Por exemplo, lançar uma panela nela, ou uma faca, você conseguiria? 

R: Conseguiria, mas não foi permitido. 

13: Como a gente conversou a última vez, você conseguiu ajudar alguém, como a gente combinou da última vez? Você teve essa oportunidade? 

R: Eu segui com os irmãos aqui, como eu disse antes, para aprender sobre o perdão. Conversei com alguns espíritos que estavam numa situação parecida com a minha e percebi o quanto eles, perdendo tempo na vingança como eu fazia, deixavam de ver o que eu estava vendo naquele momento. Existe uma luz muito acima de nós. É uma luz que nos atrai, que faz com que desejemos tocá-la, experimentá-la, e esses irmãos que eu fui visitar não conseguiam nem sequer ver os irmãos espirituais que me acompanhavam, e isso chamou minha atenção. Me senti bem, se é isso que você quer saber, em poder escutar deles e tentar fazer com que eles enxergassem o que eu estava enxergando.

14: Certamente você os ajudou. Você contou tudo aquilo que eu ia te perguntar para você. 

R: É minha obrigação, agora é meu dever ajudá-los, assim como vai ser meu dever ajudar a M… Estou me preparando para isso. 

15: Quando você fazia os fenômenos na casa da M… era sempre você só ou tinha mais alguns outros espíritos lhe ajudando naquele fenômeno? 

R: Quando eu podia, eu chamava alguns e isso foi errado. O que eu faço agora é ir até esses espíritos e mostrar para eles que eu estava enganado. Nós temos um auxílio mútuo aqui: nós nos ligamos pelos nossos sentimentos e pelas nossas vontades, então quando nós nos ligamos àqueles que têm o mesmo propósito que nós, nós nos auxiliamos mutuamente e acabamos nos comprometendo até mais do que deveríamos. 

16: E hoje que você já mudou de hábito e de pensamento, esses irmãos ainda continuam nesse estado de pensamento ou você conseguiu mostrar a eles a sua nova realidade? 

R: Infelizmente eles continuam e me sinto responsável por isso. É meu dever agora fazer por eles o que vocês fizeram por mim. 

17: Eu gostaria de saber como você vê o espaço ao seu redor, agora que você não está mais tão ligado a esses propósitos de vingança. 

R: Amigo P…, você não tem ideia da imensidão que é o mundo espiritual. E eu ainda não me habituei em ver tão longe, perceber tantas coisas que me rodeavam e eu não percebia. É uma beleza. Nós não temos palavras. Nós vemos cores. Nós vemos brilhos. Nós vemos rastros luminosos de outros espíritos ainda mais elevados. É inacreditável a grandeza de tudo que nos rodeia. É como quando vemos o oceano pela primeira vez. Acho que até mais. Muito mais. 

18: Aquilo que nós vemos nas nossas imagens astronômicas sobre o espaço sideral, as luzes e tudo mais, chega a ser bonito ou não tem comparação com o que você vê? 

R: Para os olhos de vocês, a imensidão das estrelas, do espaço, é inebriante. Para nós, é muito mais. Porque nós vemos tudo isso e além disso… 

19: Me permita só mais uma pergunta: O que você diria sobre as pessoas que ligam tantos pensamentos a essas ideias materialistas no pós-morte, pensando que terão que ficar enclausuradas em casas, dormindo, comendo? 

R: Pobres criaturas. Elas perdem aquilo que eu perdi. Nós não temos estômago, nós não temos nada disso. Elas vão perder muito tempo. Porque elas trazem pra cá, aquilo que elas estão imaginando ali, e ficarão perdidas nisso até que despertem para a realidade, para aquilo que as espera. E o arrependimento, meu amigo. O arrependimento… Esse leva muito tempo para que a gente possa se desfazer dele. 

20: Carlos, como a gente pode ajudar? Tem alguma coisa que a gente possa fazer pra você? Pelo visto, você está mais tranquilo do que as últimas vezes que nós o chamamos. 

R: Continuem as preces. Não só pra mim. Ofereçam suas orações a todos aqueles que estavam na mesma situação que eu. E a outros. Uma prece geral aos espíritos sofredores alcança seu objetivo. Eu ainda estou próxima à M…. Não vou negar. Mas estou me controlando para não perturbá-la, porque eu sinto que ela está entendendo a necessidade de perdão assim como eu. 

21: Se você quiser deixar algumas palavras finais para nós, mesmo nos olhando de perto, agradecemos. 

R: A vocês, só continuem nesse esforço de trabalho. A M…, que ela possa me perdoar também. E se perdoar mesmo que ela não saiba o que ela fez. Que ela tenha fé e que ela possa seguir na sua vida com cuidado a fim não cometer os erros que ela já acometeu. Que ela ame e que ela tenha respeito por aqueles que ela tem próximos a ela. Que ela não os abandone. Que ela se mantenha firme nesse propósito. 

22: Comunicarei isso a ela. Muito obrigado, viu? 

R: O agradecimento é meu pelo auxílio que vocês me proporcionaram. 

A gratidão que carrego dentro de mim por vocês será sempre um farol para que eu não me perca no que ainda virá para mim. Que Deus os abençoe igualmente.


Os diálogos com esse Espítos nos trouxeram bom aprendizado, além de uma grata oportunidade de sermos úteis, conquistando mais um amigo em nossa jornada. O Espírito em questão, tendo sido evocado em um grupo parceiro, lá não quis se comunicar, mas o Espírito guia desse grupo mencionou que os fenômenos físicos estariam mexendo em panelas e na cama. Até o momento, eu não havia questionado sobre tais detalhes – o que sempre tenho buscado fazer, a fim de me manter isento. Questionando M…, a moça perseguida, sobre o que esse Espírito fazia, ela confirmou que ela ouvia panelas e louças batendo “sozinhas”.

Em nossos primeiros passos, notamos que estamos ainda apenas engatinhando nas evocações, aprendendo, assim, a fazer perguntas mais aprofundadas, no tempo disponível, sem sobrecarregar a médium. Esperamos, em breve, poder contar com mais grupos parceiros.




Diálogos de Além-Túmulo – Evocação – Marcos, o Espírito arrependido

Na reunião anterior, o grupo teve algumas dúvidas sobre cura. Ficou decidido que faríamos um pedido aos bons espíritos para que nos auxiliassem com as dúvidas. Um espírito veio espontaneamente para responder a essas perguntas. No final, nós indagamos do que ele precisava. Ele nos disse que precisava de preces, pois ele tinha errado muito e se arrependia depois de sua última encarnação. Fizemos preces a ele e ele se despediu.

Nesta reunião, depois de preparar algumas perguntas, nós decidimos evocá-lo para entender melhor sua situação. 

Eis a comunicação. 

Evocação. 

1. Queremos te receber em nosso grupo, querido irmão, com todo carinho e nós estamos querendo conversar com você ou com vocês, para aprender, para nos instruirmos e, se possível, nós ajudarmos com alguma coisa que você precisa e você nos ajudar com alguma coisa que nós precisamos. Nossa intenção é muito legítima e nós não vamos julgar você, nós estamos aqui para conversar como amigos, como irmãos.

R: Agradeço as preces que vocês fizeram por mim. Foram muito úteis.

2. Amigo, você poderia nos dizer qual foi a sua motivação para se comunicar conosco na vez anterior?

R: Só a necessidade da oração. As pessoas esquecem de mim.

Observação: não é a primeira vez que vemos um Espírito se lamentar disso. Realmente, ninguém quer ser esquecido, mas o Movimento Espírita, ausente dos estudos da ciência espírita, não pratica mais as evocações, por conta de diversas falsas ideias. Deixa de ajudar e de aprender, e tal é o domínio das inverdades, que alguns chegam ao ponto de não fazer preces pelo Espírito, crendo que, assim, atrapalhariam. Nesse sentido, grandes canais, ditos espíritas, mas também desconhecedores do Espiritismo, colaboram na divulgação dessas falsas ideias.

3. O que houve para elas esquecerem de você?

R: Faz muito tempo que eu desencarnei. Aqueles a quem eu amava não são mais corpos físicos. E eu não encontrava com eles, em lugar nenhum. Hoje já posso, pelas preces de vocês, visualizar aqueles que estiveram comigo na minha vida física. Isso é consolador.

4. Então quer dizer que enquanto eles não foram para a pátria espiritual você não tinha contato com eles?

R: Não. Eu tentava. Mas eles não me ouviam.

5. E quando você os viu, como foi, eles vieram, eles entraram em contato com você ou você entrou em contato com eles? Como foi?

R: Eles. Eles chegaram. Minha esposa, minha mãe, meu pai. Meu pai Alberto, minha mãe Eliza, minha esposa Helena.

6. E o seu nome?

R: Marcos.

7. Marcos. Você disse na última vez que você se arrependeu das coisas que você tinha feito. Nós  não entendemos bem do que, se você se sentir à vontade, você pode nos contar o que aconteceu? Seria interessante porque nós poderíamos entender melhor você e nós  poderíamos nos instruir.

R: Tinha muita disputa. Dinheiro. A ganância. Roubei muitas pessoas. Coloquei minha família numa situação ruim. Eles sofreram por minha causa. Deixei eles abandonados à própria sorte por causa do dinheiro.

8. E você foi antes de todos eles? Desencarnou antes de todos eles?

R. Sim. Foi um acidente. Tenho dificuldade de lembrar.

9. Não tem problema, irmão. Se você sentir vontade de falar, Marcos, você fala, nós não estamos forçando, não tem problema. Quando foi que você entrou? Quando você se deu conta que tinha morrido, que tinha desencarnado? E como você se sentiu?

R: Sozinho. Eu tinha a escuridão.

Observação: aqui nota-se como é necessário fazer perguntas objetivas, uma por vez. Não é a primeira vez que notamos que o Espírito se concentra apenas na última pergunta.

10. Então o ambiente que você estava, você não conseguia decifrar, tudo escuro.

R: Não. É. Era escuro. Eu não via, não via ninguém.

Observação: esse fato que, de momento, não soubemos aprofundar melhor, nos fez lembrar do artigo “O Espírito de um Danado”, na Revista Espírita de fevereiro de 1860.

11. E como você conseguiu sair dessa escuridão? Como foi esse processo? Que foi uma conquista, não? Que você conseguiu, Marcos? Se me permitir chamar assim, né? Permitir que eu e a M. te chamar assim.

R: Sim. É, foi.

Observação: o interlocutor fez várias perguntas. O Espírito se concentrou em uma resposta simples.

12. Como você conseguiu se libertar disso? Como é que foi?

R. Eu via primeiro. Não via, ouvia algumas vozes. Escutava o choro da minha esposa, os lamentos de meu pai, mas o amor da minha mãe… Minha mãe começou a aparecer para mim. E foi então que eu comecei a entender o que tinha acontecido.

13. Marcos, você escutava sua mãe orando por você?

R: Sim. Ela chamava o meu nome e ela rezava.

14. Assim como você escutou as nossas preces, você escutava as preces da sua mãe ou era de modo diferente?

R: Era diferente. Ela tinha e tem ainda um amor que eu não sei entender. É grandioso. Ela me fez enxergar um pouco da luz de onde ela se encontra. Isso me moveu. Por isso, ouvi.

Observação: aqui, deve ter muito a ver com a questão do magnetismo espiritual. O Espírito de sua mãe tem uma sintonia mais profunda com ele, o que deve fazer com que lhe seja mais fácil registrá-la. É assim que aqueles que tem uma sintonia maior com certos indivíduos terão mais capacidade, ainda que do mundo físico, de auxiliá-los, com preces e diálogos, na superação, no retorno ao bem, etc.

15. A partir dessas preces da sua mãe?

R: Sim.

16. Nessas orações da sua mãe, você começou a ficar mais confortável. E aí que você conseguiu enxergar melhor os seus companheiros que estão à sua volta? Como foi? Você poderia explicar melhor, Marcos, essa parte? Como você conseguiu superar tudo isso?

R: Sim. Eu não sei se eu superei. Eu ainda tenho culpa.

17. Sim, mas você já deu um grande passo, não?

R. Sim. Eu ainda tenho muita culpa, mas ela com aquele amor abriu um caminho para mim e a escuridão foi saindo, foi indo embora. Ela mostrou onde eu estava e o que eu tinha que fazer.

18. Você pode ser um pouquinho mais específico, nisso que você falou, no que “eu tinha que fazer”?  Como ela instruiu você, quais foram as instruções dela?

R: Pedir para Deus oportunidades de crescimento. Pedir a Deus para mostrar como chegar até ele. Eu vi outros espíritos que se aproximavam, me acalmavam e me disseram como eu deveria me transformar num ser melhor. Eu estou buscando perdão daqueles que eu prejudiquei. Estou tentando me perdoar pelos erros que eu cometi. Todos os dias algum espírito se aproxima e me incentiva, me mostra como é o perdão. Ele me leva a lugares diferentes, onde eu consigo ver e sentir o que é o amor e o que é o perdão.

Observação: esse não é o único Espírito que nos fala sobre a ideia de que, no mundo Espiritual, eles aprendem pelo exemplo, e não por leituras. São levados a acompanhar outros casos, a auxiliarem e serem úteis. Essa é a realidade do mundo espírita.

19. Isso tem ajudado você, essas “visões”, e esses “ouvir”, tem ajudado você a entender melhor.

R: Sim, sim. Mas ainda não estou pronto. Eu preciso ainda de mais fé, talvez.

20. A conversa que você, Marcos, teve conosco a última vez e essa que teve agora é a primeira vez que você está conseguindo conversar numa reunião como a nossa, uma reunião mediúnica?

R: Sim, sim.

21. Nesta sua desencarnação?

R: Sim. Eu não sabia como era isso.

22. Quem o trouxe até nós?

R: O espírito que me acompanha. Eu acho que… eu acho que ele está sempre aqui com vocês.

23. Sim. Quem? E agora ele está aqui conosco também?

R. Ele conhece todos.

24. Quantos são, Marcos?

R: Esse que me acompanha. Tem mais 3 … 4. Mas também tem outros. Os que têm mais luz são 4.

25. Eu queria entender, meu irmão Marcos, em que ambiente você ficou enquanto não conseguiu enxergar a luz, você se recorda?

R: É o espaço! Grande, mas é escuro.

26. Você não conseguia vislumbrar alguma região, alguma casa, algum local?

R: Não. Não. Só escuro, só escuridão.

27. Irmão! Marcos! Em nome de nosso senhor Jesus Cristo, eu gostaria de agradecer pela mensagem e que os bons espíritos sempre encaminhem você, que você sempre se sinta acolhido aqui neste nosso espaço e que você consiga se perdoar, porque é a coisa mais importante, é você mesmo se perdoar das coisas que você fez. Ah, eu gostaria de saber se você teria mais alguma coisa para falar para nós para nossa instrução, para nosso entendimento melhor da doutrina ou para podermos ajudar melhor ou mais ainda você.

R: Só gostaria de deixar meu obrigado pelas preces e pela oportunidade de estar aqui, pelo acolhimento, por vocês não terem me julgado por  aquilo que eu fiz. E eles dizem aqui reunidos que vocês estão em aprendizado e em breve virão mais recados, são recados, eu acho. Instruções. Mas eles oram por vocês também e estão com vocês. Eu preciso ir.

OBSERVAÇÃO: o grupo está em fase de desenvolvimento, sendo, aos médiuns, oriundos do Movimento Espírita, que não dialoga com os Espíritos, uma novidade o retorno a essa prática. Isso lhes causa certas dificuldades, que serão vencidas com o tempo e a prática. Por esse motivo, é normal a ocorrência de imprecisões, mas, como o diálogo não tem nada que mereça uma atenção cuidadosa especial, além da análise que já fizemos, colocamo-lo com o fito de instigar outros a retomarem esses diálogos.

Nosso grupo se reune através da internet, por vídeo, cada um de suas casas.




Comunicação Espontânea — O Movimento de Renovação

Preocupada com as dificuldades do mundo, a médium, sra C., acostumada a esse tipo de diálogo natural com os Espíritos, submeteu um pedido de abordagem sobre a questão, a qual, respondida, apresentamos a seguir.

Há, no mundo espiritual, um movimento de renovação, que em pouco tempo retornará ao solo dos encarnados; aqueles desejosos de uma nova era, onde a caridade prevalecerá. Não tardará o tempo das reformas na sociedade.

A destruição trará a renovação. Não temais os tempos difíceis, tendes fé, porque nós, que somos a luz de Deus, estamos em vigilância constante. Estamos inspirando as multidões dos encarnados que visam os objetivos aos quais esse novo período terá seu crescimento e seu apogeu.

Os pequenos, os desvalidos, os despatriados terão seu lugar no mundo. Os déspotas, egoístas e orgulhosos também terão seu desterro.

As preces sustentarão a humanidade sofredora. As atitudes proativas terão seu lugar e, sobretudo, vencerão os vícios daqueles que ainda não entenderam a grandiosidade do amor ao próximo.

A colheita desses esforços transformará a Terra e seu povo. A natureza se encarregará de limpar os lugares em que o respeito e a benevolência ainda não chegaram. Lembrem-se que a vida física é apenas uma passagem. Os bons Espíritos encontrarão seu refúgio e os maus terão suas expiações.

Abstenham-se da revolta e do ódio que corrói seus espíritos e tira a esperança e a fé.

Os que não se submeterem às leis do Criador serão punidos, como todos os que os antecederam. É assim e sempre será.

Elevem seus pensamentos a Deus e busquem nele o amparo aos seus desesperos, que são normais, visto que vocês não entendem a grandiosidade de Sua obra. A consciência da época de Kardec sobre igualdade, liberdade e fraternidade irão ressurgir, mesmo que as dores atinjam seus corpos físicos. O Espiritismo continua sendo o caminho para atingirem o objetivo.

Ergam esta bandeira: “Fora da caridade não há salvação”. Instruam seus próximos, sem temer os obstáculos, perseverem, orem, busquem o seu melhoramento e incentivem seus pares ao mesmo caminho.

Estamos com vocês nessa luta. Somos a luz de Deus.

Espírito Amigo


Observações:

A comunicação, por si só, é bastante tocante, direta e ajuda a renovar a fé na verdade, já demonstrada pelo Espiritismo, de que o mundo não está desgovernado e que, malgrado a má-vontade dos seres humanos, esquecidos ou desleixados quanto à essência de seu ser, a Criação segue se desenvolvendo, segue marchando, contando com aqueles de boa-vontade como formiguinhas a carregarem seus grãos, para que seja construído o monte que não mais ruirá.

Resta acrescentar que a frase “a destruição trará a renovação” remete-se à destruição do mundo material, cíclico, que serve ao desenvolvimento do elemento espiritual.




Comunicações de Além-Túmulo — Allan Kardec

O médium Sr. D., buscando ajuda dos bons Espíritos, submeteu o seguinte apelo ao Espírito de Allan Kardec:

Evocação: (Ao mestre Allan Kardec) Peço suas orientações, mestre, para o nosso grupo mediúnico.

Resposta (com grifos nossos): Para todas as reuniões vos orientamos o preparo antecedente, com o tema e perguntas, prontos para os vossos estudos. Aos médiuns, a busca pelo aprimoramento de suas faculdades. Quereis ser bons médiuns? Pois o estudo, a prática regular da mediunidade e a busca ininterrupta pela melhora moral é a boa via. Não precisais praticar, para isso, exercícios demasiadamente, sem o devido descanso e sem cautela, para não atrair os mistificadores. Mas a dedicação de um quarto de hora, por exemplo. A sinceridade de intenção também vos auxiliará. Perguntai-vos a razão pela qual estão reunidos, consultai a vossa consciência, pois as razões frívolas não atraem senão os levianos e zombadores. A fé é o instrumento da razão, não somente da emoção. A tornarão inabalável, através dos estudos e da meditação. Médiuns, esforçai-vos para ser bons médiuns; colaboradores que não têm sua faculdade medianímica ainda bem desenvolvida, esforçai-vos para terem bom coração e fé. Q., te digo que és médium inspirada e psicófona consciente, sem o saber. Z., médium inspirado e intuitivo. Todos médiuns, esforçai-vos para ser bons médiuns.

Observações:

A comunicação foi obtida pelo médium D., psicógrafo, em ambiente alheio à reunião do nosso grupo. Antes dessa pergunta, concentrou-se em preces e solicitou primeiramente a opinião do Espírito de Santo Agostinho, presidente de outro grupo mediúnico com o qual ele interage.

Como todas as comunicações obtidas dentro e fora de nosso grupo, submetêmo-la ao mais rigoroso exame crítico, dentro de nossas possibilidades. Fazemos isso através de um documento virtual, compartilhado entre todos nós, onde fazemos observações e questionamentos que, conforme necessidade, poderão ser abordados em nova evocação (ao mesmo Espírito, ou a outro que julgarmos conveniente tentar chamar), como poderão ver em um trecho de uma outra comunicação, a ser abordada em breve:

Sobre a comunicação em resposta à evocação do Espírito de Allan Kardec, nada tivemos a criticá-la. Nos pareceu eloquente, direta, simples e alertadora, sem rodeios ou subterfúgios — todas elas características de Allan Kardec, que se comunicava para se fazer entendido por todos. Se foi ele mesmo quem se comunicou ou se a comunicação veio por meio de outro Espírito, por ele inspirado, realmente não importa, posto que a mensagem chegou e atendeu ao seu propósito.

Sim, amigos, inclusive o Espírito de Allan Kardec pode ser evocado e se comunicar, mas a questão sempre será o intuito e a seriedade de quem chama. Como sabemos, chamar por curiosidade ou leviandade vai terminar despertando o interesse de Espíritos levianos ou impostores, mistificadores.

Escolhemos essa breve mensagem para abrir nossa seção de artigos intitulada “Comunicações de Além-Túmulo”, onde buscaremos seguir os passos de Allan Kardec, tanto na análise, quanto na apresentação das comunicações, espontâneas ou não, obtidas em nosso meio ou em outros grupos. Desejamos nos fazer mais um exemplo, mais uma pequena luz, ainda meio pálida, a reluzir nessa noite escura na qual mergulhou o Movimento Espírita, da qual desejamos que todos possam em breve acordar — e esse “breve” depende apenas da vontade de cada um. Reúnam-se, amigos. Estudem, perseverem. Mergulhem nas páginas de Kardec para delas saírem conscientes das necessidades dessa ciência, inspirados, por ele, a darem seus próprios passos. Noite adentro avançarão e, reunidos, farão vossas partes em iluminar esse caminho. As reuniões particulares, assim realizadas, serão sempre de melhor qualidade do que aquelas realizadas em ambientes heterogêneos e, sobretudo, sem estudos.

Perguntai-vos a razão pela qual estão reunidos, consultai a vossa consciência, pois as razões frívolas não atraem senão os levianos e zombadores.”